sábado, 24 de novembro de 2012

Espaço urbano no Recife: patrimônio x mobilidade


Centro do Recife no início do séc. XX
Nos últimos cem anos, o centro da cidade do Recife foi objeto de intervenções urbanas que visavam desobstruí-lo para dinamizar e racionalizar a circulação de veículos.

Ao longo do tempo (desde o final do séc. XIX) o Recife foi alvo de uma série de planos urbanísticos, que paralelamente às destruições necessárias e aos dispositivos legais que as autorizavam, foram responsáveis por profundas transformações estruturais e paisagísticas.

Centro do Recife atualmente
Muitas das construções antigas, que eram consideradas obstáculos para o progresso, foram derrubadas e deram lugar a novas avenidas. Boa parte de nossa História e do patrimônio arquitetônico foi destruída para atender às necessidades do crescimento urbano do Recife.

Entre as décadas de 60 e 70, foram destruídos vários monumentos, mais de 400 casas também foram demolidas como justificativa para a modernidade. A cidade antiga deu lugar às vastas áreas de circulação representadas por largas vias associadas à construção de edifícios verticalizados.

 Av. Dantas Barreto: décadas de 1950 (abertura), 1970 e aspecto atual

O planejamento urbano, entretanto, pressupõe o estabelecimento de políticas públicas que conciliem as características do patrimônio histórico com as necessidades da demanda relativas ao ordenamento espacial. 

Independente das intervenções necessárias do crescimento urbano, parte considerável do patrimônio arquitetônico sofre problemas como o abandono e a descaracterização.

Sabendo-se da dificuldade de manutenção de um equilíbrio entre a conservação e a modernização, o que deveria ser prioritário para a cidade: o patrimônio arquitetônico ou a mobilidade urbana?

Palácio da Justiça (Recife)
Preservar os monumentos históricos é uma maneira de se reverenciar o passado. Por isso a preservação dos prédios históricos, o comércio informal, a ocupação imobiliária, e as reformas de vias públicas no centro do Recife ainda são alguns dos temas mais discutidos pela população local.

A Paisagem é um conceito-chave para a Geografia, pois o seu estudo possibilita observar as transformações no espaço geográfico em decorrência das atividades humanas. Sendo assim, sua análise histórica (por meio de fotografia, por exemplo) permite compreender também as evoluções das atividades humanas e da própria sociedade.

Abaixo, uma seqüência de imagens mostra a evolução das intervenções feitas na ponte Duarte Coelho (centro do Recife) e adjacências. Com base nessa evolução, que considerações podemos fazer acerca desse espaço geográfico e suas atividades humanas?

Séc. XIX e reforma na década de 1930

Décadas de 1950 e 1960

Atualmente
(com o famoso Galo da Madrugada e engarrafamento em dia de protestos)


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