
No mesmo período, em uma série de histórias em quadrinhos, a realidade da Guerra Fria foi retratada sob um ponto de vista bem curioso. Trata-se de Watchmen, uma série clássica escrita por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons, publicada em doze edições mensais pela editora DC Comics, entre 1986 e 1987.
A trama envolveu os episódios vividos por um grupo de heróis que foram forçados a se aposentar pelo governo dos EUA, e os eventos que circundam o misterioso assassinato de um deles.
Em 1965 (no mundo real), os EUA enviaram tropas para apoiar o Vietnã do Sul (capitalista) contra o Vietnã do Norte (comunista) e, apesar de ser uma superpotência, Os Estados Unidos acabaram sendo vencidos pela Geografia e determinação do Vietnã do Norte. Richard Nixon negociou a retirada das forças dos Estados Unidos durante a Guerra do Vietnã, aproximou o país da República Popular da China e viajou a Moscou, onde deu impulso às negociações com a União Soviética sobre a redução de armamento.
Richard Nixon renunciou em 9 de agosto de 1974, em virtude do escândalo Watergate, pouco antes da votação pelo Congresso da cassação de seu mandato.

Além disso, sua existência permitiu avanços tecnológicos, como o fato de todos os carros serem elétricos e não precisarem mais de derivados do petróleo. Com o Dr. Manhattan do lado dos capitalistas, a balança de poder era desequilibrada, aumentando ainda mais a tensão do período. Os soviéticos temiam um ataque dos EUA amparados pelo ser superpoderoso, e por isso aguardavam apenas a primeira oportunidade de Manhattan estar desabilitado para atacarem primeiro.
Apesar das diferenças, a HQ possibilita uma análise histórica e geopolítica do anos de 1980 ao retratar um mundo que vive com medo de uma eminente guerra nuclear e, ao mesmo tempo, é carregado por ondas crescentes de violência urbana. Segundo Moore, o objetivo era analisar a relação do ser humano com o poder. Neste âmbito, o pano de fundo escolhido foi o medo da guerra nuclear representado pelo conflito soviético no Afeganistão.
Um dos personagens, Ozymandias, reflete a ideologia do consumismo, já que foi o único que se transformou em uma marca. Quase como um político, usou sua popularidade em prol de si mesmo, criando um império de produtos.

O pior momento de todos foi em 1953, quando os Estados Unidos e a União Soviética, num espaço de nove meses, testaram arsenais nucleares, o relógio marcou 11:58, apenas dois minutos para a meia-noite, ou o fim do mundo.
Em 1991, com a desintegração da União Soviética em várias repúblicas, a Guerra Fria finalmente chegou ao fim. Mas Watchmen deixa-nos uma série de questionamentos interessantes: Já pensou se os heróis altamente treinados realmente existissem? Que usos os governos fariam dos mesmos? Qual o impacto que essas figuras teriam sobre as mentes das pessoas? Como a sociedade se comportaria diante de eventuais erros desses indivíduos?
Um comentário:
Caro Alexandre, o seu site é ótimo, parabèns. Sugiro como contribuição à geografia por meio dos HQ's os livros "Maus", de Art Spiegelman , que fala sobre a 2ª Guerra Mundial e o Holocausto; o"Segredo de Família", de Eric Heuvel; "A Força da Vida", de Will Eisner e "Yossel: April 19, 1943", de Joe Kubert, todos ligados ao mesmo tema.
Att
Rosália
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