Na bandeira do
Brasil, aparecem nove constelações, desenhadas em uma esfera
que representa o firmamento. As estrelas nela representadas correspondem ao
aspecto do céu na cidade do Rio de Janeiro às 8:30h do dia 15 de novembro de
1889 (local e data da proclamação da república). As constelações, algumas
completas outras parciais, são: Cruzeiro do Sul, Cão Maior, Cão Menor, Carina,
Escorpião, Hidra Fêmea, Oitante, Triângulo Austral e Virgem.
É
possível perceber que a escolha da estrela representante de cada estado procura
seguir uma correspondência (não muito rígida) entre a localização do estado no
território brasileiro (associado a algum aspecto político/ histórico do mesmo)
e a localização da estrela no céu. No total, são 27 estrelas representando os atuais 26
estados e o distrito federal.
Cada vez que um Estado é extinto retira-se sua estrela. Quando ocorre
uma fusão, apenas uma permanece para representar o novo Estado. Novas estrelas
podem ser acrescentadas, na medida da criação de novos Estados, sempre
obedecendo à configuração original.
Apesar de sua beleza, a bandeira apresenta certas peculiaridades (complexidade de representação e
erros astronômicos) e poucos brasileiros conhecem sua configuração.
Ao contrário
do que muitos pensam, Alfa da Virgem, ou Spica (aquela estrela que aparece isolada
sobre a faixa "Ordem e Progresso") não representa o Distrito Federal.
Spica representa o estado do Pará que, à época
da proclamação da República, era o estado cuja capital configurava-se como a
mais setentrional do país. No entanto, existe a tese de que esta estrela
representa o Pará por ter sido o último estado da federação a aderir à
Independência
O
Distrito Federal é representado pela Sigma do Octante, a menos brilhante de
todas as estrelas da nossa bandeira. Essa estrela é tão pouco brilhante que
está próxima ao limite de visualização a olho nu. Ela, contudo foi escolhida
para representar o Distrito Federal por estar bem próxima ao pólo sul celeste.
Sendo assim ela não apenas está sempre no céu (em qualquer dia e qualquer horário)
para nós do hemisfério sul, como também vemos, durante uma noite, todas as
estrelas "girarem" em torno dela.
O Escorpião,
por sua vez, constelação das mais fáceis de reconhecer no céu, foi tão desfigurado
na bandeira que se tornou quase impossível identificar os astros que o compõem.
A constelação do Cruzeiro do Sul foi representada em sua passagem pelo
meridiano do Rio de Janeiro, ou seja, em pé. Quando isso ocorreu eram
8h30min. do dia 15 de novembro de 1889, o que não coincidia com a hora provável
da proclamação da República que deve ter ocorrido às 11h, quando o Cruzeiro do
Sul já tinha passado do meridiano e começava a se pôr em direção ao horizonte
oeste.
Um fato lamentável é que as estrelas estão invertidas em relação
à disposição que as vemos no céu, dificultando bastante a comparação dessas representações com suas referências reais por um observador (curioso ou um estudante). As estrelas na Bandeira Brasileira devem ser
consideradas como vistas por um observador "situado fora da esfera
celeste". Nesse caso, teríamos que imaginar o ponto de vista de um astronauta situado no espaço e entre ele a a terra estariam as estrelas.
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