domingo, 30 de junho de 2013

Pompéia e a catastrófica erupção do Vesúvio


O Vesúvio é um vulcão ativo, próximo à baía de Nápoles, no sul da Itália. Sua altura se modifica a cada erupção e, no fim do século XX, era de 1.280m. No cume do Vesúvio há uma grande cratera de 600m de diâmetro e 300m de profundidade, proveniente de uma erupção em 1944. 

Em agosto (ou dezembro – há divergências quanto à data) de 79 d.C. tudo parecia rotineiro, mas de repente o chão começou vibrar e cerca de uma hora antes do meio dia a temperatura do mar subiu na Baia de Nápoles. Ouviu-se um estrondo como se a terra tivesse sido atingida por um raio. O céu encheu-se de luz e, minutos depois, a cidade de Pompéia sentiu a fúria do Vesúvio.

As únicas crônicas confiáveis do ocorrido foram escritas por Plínio o Jovem numa carta enviada ao historiador Tácito. Plínio observou desde a sua vila em Miseno (a 30 Km do Vesúvio) um estranho fenômeno: Uma grande nuvem escura com forma de pinheiro saindo do cume do monte. Ao cabo dum tempo, a nuvem desceu pelas bordas do Vesúvio e cobriu todo pelos arredores, incluindo o mar.

Logo depois foi a agitação. Em volta, começa a desabar uma chuva de projéteis: pedras-pomes, lapíli e pedaços de rochas (fragmentos arrancados do topo da montanha e da tampa de lava resfriada que obstruía a cratera).

A chuva de cinzas não parou. Por volta do terceiro dia, o sol reapareceu e o Vesúvio tinha mudado de forma. Ele possuía agora um topo duplo e, no lugar da antiga cratera, um cone havia se formado. Quanto aos habitantes de Pompéia, 80% deles (16 mil numa população de 20 mil) jaziam a vários metros de profundidade. A cidade estava morta, mas uma morte que a tornaria imortal.

Séculos depois, foram feitas as primeiras escavações profissionais no local. Estas foram supervisionadas por Karl Weber.  Em 1860, as escavações foram assumidas por Giuseppe Fiorelli. No começo da exploração, descobriu-se que espaços vagos ocasionais nas camadas de cinzas continham restos humanos. Foi Fiorelli que percebeu que aqueles eram espaços deixados por corpos decompostos, desenvolvendo então uma técnica de injetar gesso neles para recriar perfeitamente o formato das vítimas do Vesúvio.

O resultado foi uma série de formas melancólicas e extremamente fiéis dos habitantes de Pompéia incapazes de escapar, preservados em seu último instante de vida, alguns com uma expressão de terror claramente visível. Esta técnica é utilizada até hoje, mas com resina no lugar do gesso, por ser mais durável e não destruir os ossos, o que permite análises mais aprofundadas.

Estudos vulcanológicos e bio-antropológicos das conseqüências e das vítimas da erupção, aliados à simulações e experimentos numéricos, indicam que no Vesúvio e nas cidades circunvizinhas, o calor foi a principal causa de morte (anteriormente atribuída às cinzas e sufocação). Os resultados do estudo demonstram que a exposição ao calor de pelo menos 250 °C, a uma distância de 10 quilômetros da erupção, foi suficiente para causar morte instantânea, mesmo daqueles abrigados em construções.

A posição em que as vítimas foram encontradas é uma das provas de que a morte foi instantânea. A posição dos moldes é a típica reação chamada cadaveric spasm ("espasmo cadavérico" em tradução literal do inglês), um enrijecimento muscular que ocorre no momento da morte, a posição vital na qual a pessoa foi atingida pela onda de calor. Na foto ao lado, a expressão de um cachorro no momento de sua morte.

Hoje, Pompéia é um dos importantes destinos turísticos na Itália e o Vesúvio é considerado um dos mais perigosos vulcões do mundo.


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