O livro “Confissões de um Assassino Econômico”, um best-seller nos Estados Unidos, foi publicado em 2005 e escrito por John Perkins. Nele, o autor descreve a si próprio como um ex-assassino econômico: um profissional altamente remunerado cujo trabalho seria prejudicar países, desviando recursos para assegurar o poderio do império norte-americano.
Os assassinos econômicos atuariam manipulando recursos financeiros com o objetivo de convencer lideranças políticas e financeiras de países em desenvolvimento a contrair elevados empréstimos de instituições, como o Banco Mundial, para a construção de obras de infraestrutura em seus países.
Por conta dos elevados juros das dívidas geradas por esses empréstimos, e pelo pagamento impossível das mesmas, as agências de empréstimos e as grandes empresas então agiriam para tomar o controle dos recursos naturais e do governo do país, o que também fazia parte do plano.
O livro mostra que um assassino econômico seria um empregado do imperialismo nos tempos da globalização, expondo intrigas internacionais, corrupção e atividades nada éticas pouco divulgadas pelo governo norte-americano e pelas grandes empresas multinacionais.
Para o autor esse imperialismo não é controlado por um rei, mas pelo que chama de corporatocracia: um grupo de homens que administra grandes empresas. E, através dessas empresas, eles controlariam o governo dos EUA e de outros países no mundo. Também mostra que muitos conflitos (guerrilhas, terrorismo, etc) surgem como movimentos anticorporatocracia.
O Brasil é destacado pelo autor como um alvo da corporatocracia. Em uma entrevista ao Jornal “Folha de S.Paulo”, de 02.03.06, John Perkins dizia que “empresas petrolíferas entram e trabalham com grupos missionários para mover populações nativas, instalar equipamentos de prospecção e construir estradas e negociar com gente corrupta do governo para destruir áreas enormes da Amazônia”.
Independente de o assassino econômico ser um mito ou uma realidade, tanto o livro quanto a animação abaixo (baseada em uma entrevista de John Perkins) são muito interessantes para discutir temas da Geografia relativos à Geopolítica e aos valores éticos. Vários conceitos podem ser trabalhados, entre eles: a nova ordem mundial, a existência de paraísos fiscais, o tratamento dado à soberania, a importância e exploração dos recursos naturais, as características da globalização, a atuação das corporações supranacionais e empresas multinacionais, o atual modelo de imperialismo e o surgimento de conflitos (internacionais ou locais).
2 comentários:
Ótimo livro, é impressionante como as corporações tem um poder de persuadir as pessoas e influenciar o meio em que vivemos. A entrevista com John Perkins também é muito boa. bjs gangorra! ^-^ o melhor professor de geografia ;)
Ótimo livro, é impressionante como as corporações tem um poder de persuadir as pessoas e influenciar o meio em que vivemos. A entrevista com John Perkins também é muito boa. bjs gangorra! ^-^ o melhor professor de geografia :D
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