Geografia e estratégia no mundo das formigas

Da mesma forma que a Geopolítica é a relação entre a Geografia e a Política, a Geoestratégia é a relação entre a Geografia e a Estratégia. Tanto a política quanto a estratégia estão ligadas às condições internas e externas de um Estado (País), sendo governadas por fatores geográficos.

Um estudo conduzido pelo norte-americano Mark Moffett, pesquisador do Museu Nacional de História Natural dos EUA, mostra que as formigas utilizam um tipo de estratégia militar no combate a grupos rivais de formigas ou a outros animais. Em seu livro, "Adventures Among Ants", ele defende que esses insetos sociais são o único tipo de animal que guerreia de forma semelhante aos Estados organizados por seres humanos.

As formigas chegariam a usar o que ficou conhecido como “guerra total”, empregada, por exemplo, pelos exércitos dos hunos ou dos mongóis (gravura abaixo). Esse tipo de combate se caracteriza pelo fato de as lutas seguirem até a vitória ou a derrota total de um dos “exércitos”, sem espaço para retiradas totais ou parciais.

Para Moffett, os fatores que levaram algumas espécies de formigas a adotar a guerra total são muito parecidos com os que operaram nos Estados humanos: "As sociedades menores são mais flexíveis e acabam se mudando quando o conflito aparece", "Já as maiores conseguem armazenar mais comida, força de trabalho e tropas de reserva, criando estradas, infraestrutura complexa e exércitos para conquistar suas rivais".Segundo o autor, apenas humanos e formigas partem para guerras de conquista.

As formigas asiáticas são tão sofisticadas no ataque que podem ser comparadas a um batalhão de operações especiais: para os inimigos mais fortes são deslocadas formigas “capitãs” até 500 vezes mais pesadas que as formigas comuns. Essas formigas ainda carregam as companheiras operárias, tal como se fossem tanques indo em direção ao campo de batalha.

As formigas escravizam outras espécies e também praticam Guerra psicológica ao lançarem, no formigueiro inimigo, substâncias que deixam suas oponentes em pânico.  



Essa relação entre as ações estratégicas das formigas e dos humanos, me fez lembrar do que disse um renomado geógrafo e geopolítico francês:

“É contudo o espaço o domínio estratégico por excelência, o terreno onde se defrontam as forças em presença e onde se travam as lutas." (Yves LACOSTE, 1976).

SERÁ QUE O ESPAÇO GEOGRÁFICO É, E SEMPRE SERÁ, UM INSTRUMENTO DE DOMINAÇÃO E PODER?