domingo, 17 de março de 2013

Palestina: Uma Nação Ocupada


O conflito árabe-judeu tem suas origens no início de século XX quando colonos judeus começaram a migrar para a região e se juntar a outros judeus remanescentes das invasões históricas. Entretanto, a Palestina que já era habitada há milênios por judeus, nos últimos séculos havia sido ocupada por povos árabes. Esse conflito perdura até hoje e é tema comum no jornalismo televisivo e nas aulas de Geografia sobre o Oriente Médio.

“Palestina - Uma Nação Ocupada” recebeu os prêmios mais importantes do mundo dos quadrinhos, e até o American Book Award, por sua importância como retrato único do drama do povo palestino. Além de abordar um novo gênero: a reportagem em quadrinhos.

O livro (que se assemelha a um diário de viagem) é resultado de uma longa viagem que o autor, Joe Sacco, fez ao Oriente Médio (em Jerusalém, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza) para ver e contar a situação dos Palestinos e a visão de ambos os lados dessa relação turbulenta. Durante dois meses, Sacco coletou histórias, presenciou violentos confrontos dos soldados com a população e entrevistou militares e vítimas de tortura.


Ao iniciar sua viagem pelo conflito, o autor insere a si próprio na história e muda o seu olhar na medida em que se envolve no cotidiano dos territórios ocupados. Ele critica o papel dos grandes grupos de comunicação que aproveitaram o crescimento do grupo extremista Hamas” para designar de forma injusta todo palestino como “terrorista”. Sacco também conversou com pessoas que foram presas sem saber do que estavam sendo acusadas: Muitos nem mesmo tinham cometido crime algum.

O ponto forte dessa HQ, como recurso para o ensino de Geografia, é que os personagens, “invisíveis” nas reportagens da televisão, possuem rostos, nomes e famílias, pois Sacco conta algumas histórias individuais que dão forma à realidade do povo Palestino. O leitor vai se deparando tanto com a esperança por um acordo de paz e a retirada de Israel dos territórios palestinos, quanto com a certeza de que o conflito nunca terá fim.

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei, bom blog professor Alexandre.