segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Percy Fawcett: o verdadeiro Indiana Jones e seu misterioso desaparecimento

Ele investigou cuidadosamente, estudou mapas, colheu relatos, analisou artefatos e catalogou dezenas de tribos. Tudo isso em uma época em que não existiam aviões e nem satélites, e os mapas eram repletos de áreas brancas, onde se lia: “desconhecido”.

Ele era o Coronel Percy Fawcett, e teve uma vida tão aventurosa que suas histórias também também teriam servido de inspiração para a criação de aventuras envolvendo o personagem Indiana Jones.

Fawcett nasceu em 1867 na cidade de Devon, Inglaterra. Em 1886 entrou para a Royal Artillery e acabou escalado para trabalhar no Ceilão, onde conheceu sua esposa. Depois trabalhou como agente secreto britânico na África Meridional e aprendeu técnicas de sobrevivência na selva. Fawcett era também um agente do Serviço Secreto Inglês.

Fawcett esteve no Brasil pela primeira vez em 1906, numa viagem da Royal Geographical Society organizada com a finalidade de mapear a Amazônia. Depois desta, realizou mais sete expedições pelo Brasil, até desaparecer, em 1925.

Ele também tinha a habilidade de conquistar os povos que habitavam os locais explorados dando-lhes presentes. E era muito amigo do escritor Arthur Conan Doyle, que criou Sherlock Holmes, e que mais tarde utilizaria algumas das suas histórias na Amazônia como base para escrever a obra ” O mundo perdido”.

Mas o que aconteceu ao coronel Fawcett ?

Em 1925 convidou seu filho mais velho, Jack Fawcett, para acompanhá-lo em uma missão em busca de uma cidade perdida, a qual ele tinha chamado de "Z". Após tomar conhecimentos de lendas antigas e estudar registros históricos, Fawcett estava convencido que essa cidade realmente existia e se situava em algum lugar do estado do Mato Grosso, mais precisamente na Serra do Roncador.

Fawcett estava convencido de que o Brasil escondia uma civilização originária da Atlântida, localizada entre o Xingu e o Araguaia. “Os índios brasileiros são remanescentes de uma raça superior, oriunda de uma civilização desaparecida há milhares de anos”, garantia.

Curiosamente antes de partir ele deixou uma nota dizendo que, caso não retornasse, nenhuma expedição deveria ser organizada para resgatá-lo.O seu último registro se deu em 29 de maio de 1925, quando Fawcett telegrafou uma mensagem a sua esposa dizendo que estava prestes a entrar em um território inexplorado acompanhado somente de seu filho e um amigo de Jack, chamado Raleigh Rimmell. Eles então partiram para atravessar a região do Alto Xingú, e nunca mais voltaram.

Nas décadas seguintes ao desaparecimento foram formadas várias expedições de resgate, sem qualquer sucesso. Ao todo, cerca de 100 exploradores morreram tentando procurar pelos membros da expedição de Fawcett. Três expedições de resgate também desapareceram na mesma região, que continua praticamente inexplorada até os dias atuais.

Muitos presumiram que eles foram mortos pelos índios selvagens locais. Porém não se sabe o que aconteceu. Os índios Kalapalos foram os últimos a relatar terem visto o trio. Não se sabe se foram realmente assassinados, se sucumbiram a alguma doença ou se foram atacados por algum animal selvagem.

Em 1952, seis anos depois do primeiro contato com os índios Kalapalo, os índios confidenciaram a história dos exploradores que haviam sido mortos muitos anos antes quando passavam na região. A narrativa levava a crer que os exploradores eram Percy Harrison Fawcett, Jack Fawcett e Raleigh Rimmell. Jack e Rimell teriam sido flechados e descartados no rio. O Cel. Fawcett teria sido morto com golpes de borduna e enterrado numa cova raza ao lado de uma árvore.


Diante desta declaração, Cláudio e Orlando Villas Bôas localizaram o local onde teria sido morto o explorador inglês. Lá foram achados ossos humanos e objetos pessoais tais como: faca, botões e pequenos objetos metálicos. Teria, assim, terminado o mistério do desaparecimento do explorador inglês. A ossada passou por inúmeros testes, no Brasil e Inglaterra, mas não se chegou a uma conclusão satisfatória. Atualmente, os ossos achados em 1952 pelos Villas Bôas encontram-se no Instituto Médico Legal da Universidade de São Paulo. Foi realizado o exame de DNA mitocondrial mas a família Fawcett se recusa a submeter-se a este exame.


A última grande expedição a procura de Fawcett ocorreu em 1996 e foi financiada pelo banqueiro americano James Lince. A expedição foi um fracasso, os índios da região sequestraram os exploradores e confiscaram seus equipamentos e carros, dando um prejuízo estimado de U$ 30 mil dólares. Isso contribuiu bastante para o enigma de Percy Fawcett, já que muitos dizem que todos aqueles que tentam procurar Fawcett acabam amaldiçoados.

Uma versão mais fantástica afirma que Fawcett teria perdido sua memória e vivera como chefe de uma tribo de canibais ou de que eles realmente encontraram a cidade perdida.

Curiosidades

• Percy Fawcett é o grande herói dos biólogos caçadores de anacondas pelo mundo. Nos anos de 1900, Fawcett teria matado uma sucuri na região amazônica peruana que estava aterrorizando os seringueiros. A sucuri teria 19 metros de comprimento por 30 cm de diâmetro. É a maior cobra que se tem notícia. Este fato deu origem à lenda de cobras gigantes na região amazônica.


• Conta-se que certa vez Fawcett foi atacado por centenas de índios selvagens que dispararam flechas envenenadas contra ele e seus homens. Os homens pensaram em atirar, mas Fawcett os impediu. Fawcett se manteve parado, acenando para os índios com um lenço enquanto gritava “Amigo” em todas as línguas indígenas que conhecia. Por mais incrível que possa parecer, nenhuma atingiu o explorador britânico. Os índios ficaram espantados com tamanha coragem e pararam de atacar.

• Uma estatueta feita de basalto negro com aproximadamente 25cm, teria sua origem numa antiga civilização da pré-história, foi encontrada na região do Mato Grosso. O ídolo que representava a figura de um homem (ou um deus) sustentava um aplaca com 24 estranhos caracteres que não puderam ser traduzidos pelos especialistas do início do século passado. Destes indecifráveis símbolos, 10 seriam parecidos com os das cerâmicas encontradas nos sítios arqueológicos pelo Brasil. Além dos caracteres enigmáticos, a estatueta possuía algo, descrito na época, como extraordinário: Todos que tocava em seu corpo sofria com um choque elétrico. Sobre o ídolo Fawcett costuma dizer: "Estou firmemente convencido de que provém de uma das cidades perdidas."

• Em 1927, o engenheiro francês Roger Courteville dirigia por Minas Gerais quando viu um velho branco e maltrapilho na beira da estrada. Courteville parou o carro para averiguar, ao conversar com o homem, o maltrapilho disse que se chamava Fawcett. No mesmo ano, Courteville estava trabalhando no Peru quando encontrou o outro filho de Fawcett, Bryan Fawcett, que também era engenheiro e trabalhava em uma ferrovia nas montanhas do Peru. Bryan não acreditou na história de Courteville, mas não a descartou totalmente.

• Em 1937, uma missionária norte-americana disse ter encontrado um filho de Jack Fawcett com uma índia. A criança era branca e teria os olhos azuis. O índio chamado Dulipé virou um astro para os jornais da época, foi para Cuiabá onde era visto como um “bicho diferente“. Em depressão entregou-se ao vício dos brancos: o alcoolismo. Dulipé nunca foi reconhecido como filho de Jack Fawcett, pois não passava de um índio albino.

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