Sendo uma
mídia que usa a fantasia para retratar problemas reais, as histórias em
quadrinhos sempre são afetadas por transformações que ocorrem com a sociedade.
Algumas dessas transformações são provocadas por tragédias que marcam a
sociedade e reorientam questões culturais, econômicas e geopolíticas. Essas
transformações podem ter projeções mundiais e influenciar até mesmo as formas
de expressão artística, como no caso das próprias histórias em quadrinhos
Os ataques às
Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York, em 11 de setembro de 2001,
marcaram consideravelmente a história da humanidade. Diversos meios de
comunicação e formas de expressão artísticas, registraram os acontecimentos
relacionados a esse momento e suas conseqüências.
Na edição especial de uma história em quadrinhos da Marvel Comics, lançada
em dezembro de 2001 nos Estados Unidos, o Homem-Aranha chega atrasado ao World
Trade Center no dia 11 de setembro de 2001. Ele é cobrado pela população por não
ter evitado a tragédia e se junta aos inúmeros bombeiros, paramédicos,
policiais e cidadãos comuns na busca de sobreviventes nos destroços.
A história foi originalmente publicada na revista "Amazing
Spider-Man - 36", escrita por J.Michael Straczynski e desenhada por John
Romita Jr. A
HQ começa com a seguinte manchete de televisão: “Interrompemos nossa programação
para um comunicado especial", em um página completamente escura. Logo em
seguida, aparece uma imagem ampla com as torres derrubadas, sob a visão de um Homem-Aranha
completamente estarrecido.
Além do
"Aranha", outros personagens da editora são retratados trabalhando ao
lado de bombeiros, policiais e voluntários de Nova Iorque. Entretanto, os
cidadãos comuns são os verdadeiros heróis dessa história. e o próprio homem-aranha
reconhece dizendo: "Com nossos uniformes e poderes ficamos pequenos diante
dos reais heróis".
Após os
atentados de 11 de setembro, muitos quadrinhos passaram por significativas mudanças,
ao discutir de forma mais aberta questões “realistas” como o terrorismo, movimentos
sociais, questões políticas e religiosas.
No mundo real,
o então presidente dos Estados Unidos começava a chamada "guerra ao
terror", anunciando sanções contra países
que protegessem terroristas
e evidenciando uma política unilateralista dos EUA. O Islamismo e o fundamentalismo islâmico foram freqüentemente
associados de forma equivocada levando a um "choque entre
civilizações".
O medo passou a fazer parte do cotidiano do país mais
poderoso do mundo: uma lei deu ao presidente o direito de
prender sem acusação prévia suspeitos de terrorismo e telefonemas e e-mails de cidadãos foram grampeados
sem permissão judicial. Nesse período, até mesmo o Capitão América aparece em
algumas histórias enfrentando terroristas.
2 comentários:
oi, adorei seu blogue. Como posso ter acesso a essas histórias em quadrinhos?!
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