Desenvolvido a um custo de quase US$ 400 milhões, o Nano nasceu de olho na classe média baixa e de gente que nunca teve um automóvel - a renda per capita indiana é de menos de US$ 1.000/ano; a do Brasil é quase dez vezes isso. Ratan Tata, o bilionário dono da Tata Motors, afirma ter se inspirado nas famílias que viu equilibradas em cima de uma moto no caótico trânsito indiano. Com um consumo alegado de 23 km por litro de gasolina - e planos para ganhar uma versão elétrica -, o Nano pode não ser o vilão pintado pelos ambientalistas. Uma motocicleta polui seis vezes mais que o pequeno veículo.
Os congestionamentos, é claro, vão aumentar. "Toda a cadeia do automóvel é altamente poluente, e o veículo tende a agravar o congestionamento nos centros urbanos", afirma Marcelo Alves, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da USP. "Mas essas pessoas vão ter as necessidades básicas atendidas de maneiras mais seguras que as outras alternativas: motocicletas e o sistema de transporte público, que é precário na Índia e em outros países do Terceiro Mundo."
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