Se cavássemos um buraco a meros 100 metros do centro do charmoso vilarejo francês de Crozet, toparíamos com um cenário que lembra o esconderijo subterrâneo de um dos vilões dos filmes de James Bond. Um túnel com 3 metros de diâmetro, curvo e muito iluminado, perde-se na distância, interrompido de tantos em tantos quilômetros por majestosas câmaras atulhadas de estruturas de aço, cabos, canos, fios, magnetos, tubos, poços, passarelas e equipamentos enigmáticos.
Toda essa parafernália tecnológica faz parte de um único e imenso instrumento científico, um acelerador de partículas - o mais poderoso canhão de átomos já construído. Ele recebeu o nome de Large Hadron Collider (LHC, ou grande colisor de hádrons), e vai servir para algo bem simples, mas extremamente ambicioso: decifrar o segredo do mundo físico e descobrir em que consiste o universo - em outros termos, ele tentará responder às questões mais básicas que podemos colocar.
Em algum momento nos próximos meses, dois feixes de partículas vão percorrer, em direções opostas, o túnel que forma um anel subterrâneo com nada menos que 27 quilômetros de circunferência. As partículas serão guiadas por mais de um milhar de magnetos cilíndricos e super-resfriados, ligados uns aos outros como salsichas. Em quatro pontos do anel, os feixes irão convergir, fazendo com que as partículas se choquem umas nas outras a uma velocidade quase idêntica à da luz. Se tudo correr bem, as violentas colisões vão transformar a matéria em fortes pulsos de energia, os quais por sua vez irão se tornar vários tipos interessantes de partículas, algumas das quais jamais vistas. Nisso se resume a física experimental de partículas: fragmentos de coisas são lançados uns contra os outros e desse choque surgem outras coisas.
Soa assustador, e é. A construção do LHC em um túnel foi uma medida prudente. O feixe de partículas poderia abrir um buraco em praticamente qualquer coisa, embora a vítima mais provável talvez seja o próprio aparato. Um acidente já ocorreu: um dos magnetos quase se soltou de seu suporte durante um teste em março de 2007. Desde então, 24 magnetos foram recondicionados de modo a sanar uma deficiência do projeto. Os responsáveis pelo LHC não se mostram muito dispostos a falar sobre o que pode dar errado, talvez para não incentivar a tendência já forte de as pessoas se preocuparem com cientistas malucos que poderiam criar um buraco negro capaz de engolir a Terra.
Por: Joel Achenbach Foto: Peter GinterMatéria publicada na Revista National Geographic
http://viajeaqui.abril.com.br/ng/materias/ng_materia_270796.shtml
Até que ponto o homem poderá responder às questões acerca da origem do universo? É correto gastar milhões em pesquisa enquanto pessoas perecem nos dias de hoje?
POSTEM!!!!!!!
http://viajeaqui.abril.com.br/ng/materias/ng_materia_270796.shtml
Até que ponto o homem poderá responder às questões acerca da origem do universo? É correto gastar milhões em pesquisa enquanto pessoas perecem nos dias de hoje?
POSTEM!!!!!!!
Um comentário:
Bem, siceramente, fico com a frase: cada louco com sua mania.
Algumas pessoas tem uma sede insaciável do além: além das explicações da bíblia, dos cientistas, da história, dos achismos e aparências. Elas querem mais! E nessa busca constante, para elas, dinheiro é o de menos, e Às vezes até as consequencias catastróficas são de menos. Eles não se importam se vão causar uma explosão nuclear, ou se vão abrir um buraco negro capaz de engulir a terra e extinguir o sistema solar. Eles tem sede de descobertas, sejam elas satisfatórias ou não.
Eu não acho isso certo, mas tentar mudar cabeças como essas é meio que impossível.
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